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Quinta-feira, 3 de Junho de 2010

A Raínha das abelhas (ópera para crianças), de Sérgio Azevedo

 

Cá está uma nova obra de Sérgio Azevedo. Vamos ler o que ele nos tem a dizer sobre esta ópera para crianças.

 

"O projecto de escrever uma ópera para crianças já era antigo, e cheguei inclusivamente a escrever grande parte de uma outra obra que, entretanto, ficou por terminar. O impulso para escrever A Raínha das Abelhas veio, curiosamente, de uma colaboração “fracassada” com a Academia de Música de Viana dos Castelo. Tinha já escrito metade da obra, quando se decidiu que seria mais adequado ao projecto em que colaborava um outro tipo de peça, um conto musical para narrador e ensemble de 18 músicos, tal como já fizera em 2008. Assim, interrompi o trabalho na ópera para escrever o conto musical Os Gnomos de Gnu, que foi estreado em Fevereiro de 2010. Entretanto, e já que a ópera estava a meio, resolvi terminá-la. A proposta da Academia de Amadores de Música de estrear A Raínha das Abelhas em 2010 veio pois em boa hora.

 

          Muitas obras começam a partir do impulso dado pelo estudo ou admiração de outras, e lembro-me de John Adams confessar que o impulso para escrever a sua Sinfonia de Câmara viera do estudo que fazia na altura da Sinfonia de Câmara de Schoenberg.

 

          Neste caso, eu tinha acabado de receber a partitura de Rikadla (“Rimas Infantis”), de Janacék e admirava a instrumentação (vozes e 10 instrumentos) e a força de uma música que, composta em 1926, soava surpreendentemente fresca e actual. O facto de Rikadla ser uma obra baseada em rimas populares deu-me ainda mais entusiasmo para escrever a ópera, que usa, como ponto de partida nos primeiros compassos, uma instrumentação semelhante (embora mais reduzida), a mesma pulsação e textura dos primeiros compassos da obra de Janacék, se bem que a melodia seja completamente diferente.

 

          A história, na qual baseei o meu próprio libreto, é muito simples, e é um exemplo típico das inúmeras recolhas de contos populares que os irmãos Grimm realizaram. Com intuitos morais, como a maior parte, e antropomorfizando os animais (que falam e ensinam ética aos humanos), A Raínha das Abelhas ensina que as nossas acções, boas e más, têm consequências. Num mundo perfeito, possivelmente o bem produziria o bem e o mal produziria o mal, e essa ingenuidade é parte integrante da história, se bem que no mundo real, infelizmente, nem sempre tal aconteça. Os “maus” nem sempre são castigados, e os bons nem sempre recebem a recompensa que merecem. Porém, todos os nossos actos têm consequências, boas ou más, e, pelo menos nesse ponto, a história ainda hoje é actual. Numa época de esquecimento histórico, de desresponsabilização e desculpabilização, de oportunismo e arrivismo cegos, fazer as crianças reflectir sobre as consequências dos seus actos poderá ser uma boa coisa. Porém, e como todas as boas obras para crianças nos ensinam, a pedagogia como objectivo é contraproducente, e a melhor maneira de chegar às almas não é através da lição seca, mas do maravilhamento da arte, e é somente através desse maravilhamento que podemos almejar chegar à alma das crianças e futuros cidadãos de uma sociedade que se quer, sempre, melhor e mais justa." SA

publicado por APCUNHA às 12:02
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